terça-feira, 30 de dezembro de 2014

#AconteceuComigo: Carnaval 2011




















O ano era 2011. Segunda-feira de Carnaval. Mais ou menos 11 horas da manhã.

Eu estava em São Paulo, em casa, no meu quarto. Atestado pelo médico por causa de uma suspeita de conjuntivite; deitado na cama e fazendo compressa no olho esquerdo.

Na televisão, de cada 10 canais, 11 falavam do Carnaval. E para quem está aconselhado a evitar qualquer contato físico, chegava a ser tortura. Comecei a ficar inquieto.

Passando os canais, cheguei à BAND, e vi Salvador, os trios elétricos e toda aquela multidão pulando alegremente. Foi o estopim. Peguei o telefone e liguei para um amigo, que estava trabalhando.

- Diego, vamos para Salvador hoje? - perguntei, sem dizer oi.
- Como assim, Carlos. Que Salvador?
- O da Bahia, Diego. Trio elétrico. Mulheres. Praia. Salvador!

Ele começou a rir, desacreditando das minhas palavras. Insisti-:


- Vamos! Minha irmã trabalha na Gol, lembra? Conseguimos comprar as passagens com desconto. Eu olhei aqui, tem um voo às 16 horas. Dá tempo.

Ele pediu um minuto. Esperei. Quando voltou ao telefone, disse:

- Você está falando sério?

Meu histórico não ajudava. Já havíamos programado outras viagens, que não aconteceram. Mas eu estava decidido. Não iria ficar em casa. Respondi:

- Estou. É só você dizer sim. Eu compro as passagens pela internet. Você saí daí, passa na sua casa, joga algumas roupas numa mochila, passa aqui em casa, e vamos para o aeroporto.

- Aí, Carlos. Isso vai dá merda. Mas beleza, vamos nessa. Estou saindo do trabalho em 15 minutos. Quando eu chegar em casa, te aviso. Falou.

Desligamos o telefone. Entrei na internet e comprei as passagens. Não tinha mais volta.

Saí do quarto e avisei a minha mãe que iria para Salvador.

- Pra onde? - perguntou ela, atônita.
- Será que ninguém sabe onde fica esse lugar? - respondi, brincando. - Acabei de comprar as passagens. O voo saí às 16h. O Diego vai também. Voltaremos na quarta, pela manhã.

Abri o guarda-roupa e joguei algumas roupas na mochila. Mais tarde, o Diego me ligou, dizendo que estava saindo da sua casa e que iria passar aqui  em casa para me pegar. Por volta das 15h30m, ele chegou. Nem entrou. Saí, subi na moto e corremos, literalmente, para o aeroporto.

Quando chegamos, escutamos um aviso: "Diego... Carlos...  Última chamada para o vôo com destino a Salvador". Parecia filme. Começamos a correr e as pessoas nos direcionavam para o portão de embarque. Fomos os últimos a entrar no avião. Em 5 minutos, levantou voo. Estávamos indo para o Carnaval de Salvador, na toda linda Bahia.

- Di, estamos indo mesmo. Risos. E mais risos. Mas só uma pergunta: onde vamos dormir? - questionei.

Ele olhou pra mim, e começamos a rir de novo. Não tínhamos onde dormir.

E depois? Ah... O que acontece no Carnaval da Bahia, fica por lá mesmo ;-)

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

#AconteceuComigo: Parei Para Pensar

De tempos em tempos, acredito que todos nós devamos parar por algumas horas - dias, até - e refletir sobre como anda a nossa vida. Fazer-se algumas perguntas do tipo "Onde estou?", "Para onde estou indo?", "Este é o melhor caminho?", "O que eu quero?", "O que fazer para conseguir?", e tantas outras. Na correria do dia a dia, muitas das nossas decisões são baseadas no retorno imediato ou a curto prazo, e acabamos nos esquecendo que um "não" hoje pode se transformar em um "sim" amanhã.

O momento certo para esta pausa(?), eu não sei; vai de cada um. Pode ser após um "choque de realidade" ou quando você perceber que as coisas estão começando a ficar fora do controle. Períodos de situações extremas também são ótimas oportunidades: quando tudo vai bem; quando tudo vai mal. Algumas pessoas costumam se repensar no final do ano, eu evito. Nesta época, normalmente estou enfeitiçado pelo espírito natalino e acabo amenizando tudo: o atual momento, os projetos, os problemas, os caminhos.

Quando achar que este momento chegou para você, não se esqueça de rabiscar em algum lugar as causas que fizeram você parar para refletir e também as ações que você decidiu realizar a partir de então. Igualmente útil é a definição de prazos para que essas ações sejam executadas. Planejamento é sempre bom. Há os "deixe a vida te levar". Gosto deles, e em certos momentos sou assim, mas esse meu "deixar" é quase sempre restrito: ou para a praia ou para o sítio, quem estiver com o volante em mãos é quem decide.

Eu, particularmente, senti que o meu momento de dar uma pausa novamente chegou quando me deparei com a distância que havia entre algumas coisas que eu penso e algumas coisas que eu pratico. Sabe quando você aconselha os seus amigos a não desistirem do curso de inglês e tempos depois para com o seu? Sabe quando você tem consciência que precisa terminar de ler um livro que pode ser útil para o seu crescimento profissional e todo dia você o deixa na estante, com o marcador de páginas na metade? Então, eu sei; foi o meu tal "choque de realidade" mencionado no segundo parágrafo.

Consciente do que está acontecendo, decidido ou decidida a trilhar outro rumo e devidamente documentado os próximos passos, chegamos à parte mais complicada: cumprir o planejado. No meu caso, é simples: continuarei a fazer o curso de inglês, porém agora aos finais de semana; e, neste exato momento, estou com o supracitado livro nas mãos: não o largo até ler tudo. Se para você o problema é gestão financeira, carreira profissional, qual faculdade cursar, e etc., defina intervalos para reavaliar seus objetivos. Não deu certo? Mude o plano, reveja as metas, rabisque de novo, mas não desista. Seguimos!